sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sonhos

...Que se tornam realidade através de um amigo
ou então só o resto de um dia cansativo.
Sonhos, fruto de um fim de noite,
sonhos de vida ou de morte.
Existem os que terminam num outro dia,
de tristeza ou de alegria.
Bons, belos ou de mentira...
sonhos fazem parte de nossa subvida.

São...

São as mãos que te tocam
as mesmas que tocam a canção.

São os olhos que te admiram
os mesmos que contemplam a imensidão.

São os lábios que te beijam
os mesmos que saboreiam as frutas do verão.

São os perfumes exalados do seu corpo
os mesmos das flores que dão cheiro à estação.

São os ouvidos que te escutam
os mesmos que ouvem o silêncio e a explosão, são...

São milhões de toques, de olhares, de gostos,
de cheiros e de sons, são milhões de sentimentos
entorpecendo meus sentidos e ainda assim estou são...

Sampa Mundi


Recapando a lama de pedra
o homem se esqueceu do contato com o chão.
Fez do mato a selva de ferro
e da pedra a nova construção.

Do sangue de Maria e João
do sonho de muitos imigrantes,
errante caótica e desigual
bela pra uns pra outros banal.

E assim arranha o céu
sua arquitetura viceral
estampando em nossas mentes
a necessidade capital.

Ali o minuano soprava
como um demônio em liberdade
devastando as ruas
desta cidade esquecida.

E na Sampa adormecida
escondia-se a vida
sob o sumo
da matéria consumida.

E o virótipo concreto
espalhou-se então repleto
impedindo o sol direto,
a luz banida...

Assim na escuridão do dia
uma criança surgia
em silêncio e agônia
A voz dizia:
"Adeus, eu sou a esperança dos filhos teus!!"

A validade da palavra

O pensamento é a maior arte,
para fazer arte tem que ter pensamento,
a mão faz a arte virar realidade,
para o pensamento virar poesia
e brilhar na mente da humanidade
pra que um dia valha a intensão de ser poeta.

"Pedaço": Poema antisocialista - comunista

Sei que pra ti pedaço é como cadarço desamarrado,
é caldo de nada, sopa de xuxu,
unir, estar, bosta que conhece o cú.
É, mas pedaço é composto, é quase inteiro...
Passageiro o mesmo volta, ou some de vez,
é o que é, não pede, faz parte, nåo mede compõe, ou fica solto,
pois assim é o pedaço, envolto.
E é assim que o inteiro fica louco,
pois sem ele nunca é completo, é pouco,
vai e vem, é a natural inconstância formadora do dogma inteiro,
é o amém que contradiz o candeeiro, revolta de mosteiro.
Peça é o pedaço na engrenagem,
é capim no pasto infinito, infinito da viajem...

O Robô




Hoje vi em meio aos carros
no meio do tráfego urbano,
sob o pano de fundo acizentado
do cimento cru e do asfalto que cobre a rua...

Uma criança...semi nua, semi morta,
imitava um robô andando sobre a linha torta
que divide uma faixa e outra do fluxo automotivo.

Sorrindo, ele pedia trocados e seguia
num estado de tão pura anarquia
que era de causar inveja aos moralistas de mercedes
que com medo do olhar seguro do garoto
e de seus gestos mecânicos subiam o vidro e aceleravam
enquanto o pequeno ciber humano se desviava
em movimentos que imitavam "matrix".

Arriscando a vida sem medo
o robô roubou a cena
e roubou também o seu direito
de permanecer inerte
perante a situação que ali se apresentava.

Porém, e ao contrario do que você esperava
ele não roubou nenhum dinheiro
fez seu show, pediu e voltou a ser criança.

O pênis

Pergunta: - O pênis é feio por ser pênis
ou por se chamar pênis?

Resposta: - Ué o pênis é só o pênis!
E seu nome pode ser: Pinto, rola, cassete, ou até pistola.
É tanto nome que agente até se embola,
todo homem tem, mas alguns vão saí fora.
Mulher, beato, baitola, todo mundo quer ter rola
e ao mesmo tempo se envergonham...

Conclusão: O pênis bonito é cristão e o feio é pagão!!

Malditos


Malditos sejam os servos desse sistema
que lambem as botas dos generais,
que caminham todos os dias iguais para os seus trabalhos
como formigas em direção ao formigueiro.

Esses, esses são os consumidores
prontos a ingerir a carniça na arapuca dos predadores.
Malditos sejam os deturpadores do passado
que usam os sangue dos lutadores pra conduzir o rebolado.

Malditos sejam os alienados, massificados,
todos aqueles que se sentam em frente suas tv's
e acreditam que a vida segue bem
e que esta tudo normal.

Acordem malditos!! Acordem desse sonho banal.
Eu também sou maldito, mas hoje vou rasgar o cardápio principal
escancarar o grito, engolir o jornal...
E dizer: - Liberdade!!!

A sua imagem e semelhança

Era uma vez...eu, você, nós todos,
juntos ou separados, esteriotipados nomes de liberdade,
Zumbi, Guevara, Lampião!
Brancos, negros, nordestinos, protestantes
e qualquer outro pagão.
Seres de fogo, de fato, mas sobretudo seres humanos,
que por sua vez são almas reencarnadas
que não optaram nem por céu nem por inferno.
Vivem no purgatório chamado terra
por não receberem a denominação
nem de anjos nem de demônios,
Seres de nome: "Homens".

100 você

1 dia passou, 200% de você em mim permaneceu,
não sei se sou + você porque sou eu,
nem sei se - eu é = a você,

mas sei que 100 você, -ou+ = ou diferente,
algo em mim é discontente,
pois na soma de nóis dois no mínimo, multiplo, displicente,
na vida não existe 1 somente.

Eu + você, você + eu, o que multiplicou?
Eu menos você nem sei quem sou.
nós dois divididos, fracionários exibidos,
sem medos nem perigos e com expoentes negativos.

Que conta tensa!! Sei que não há subtraçåo,
mesmo nesta louca equação temos nossa própria razão.

Explicação

Por que explicar se o ser humano não tem explicação?!
E se a explicação não é nada e nada tem explicação.
Por que explicar quando não há atenção?!

Por que explicar a própria explicação?!
Já que explicar-se não é uma missão e sim uma cortesia.
Por que explicar o que nunca se explicaria?!

Pra que insistir na explicação,
do amor, da compaixão e até mesmo da felicidade?!
Considerando que a explicação nem sempre é uma verdade.

É na real como dia de natal
ou um pedaço de papel, um sol poente e um chapéu.
A sorte, a morte, é assim como quando paramos pra discutir a vida,

quando lembramos da pessoa querida,
como num sonho entre as margaridas...

Se assim fizer-se quem sabe um dia explicaremos a mulher,
o homem, a existência dos dinossauros, a queda de uma ave?!

Mas isso só até que o mundo acabe
e assim sendo não teremos explicação de mais nada,
a não ser de nós mesmos...

De passagem...

Aqui estou eu " o passageiro",
vendo a vida em traveling constante
o motorista no volante
e eu atrás com o povo amontoado.

Restos de vida num corpo cansado,
frutos do dia-a-dia esgotados pela rotina
esta é a sina do trabalhor
que mal conhece a mais valia que engorda o explorador.

Esta é a sina de quem corre
pra chegar em lugar nenhum,
pois aqui só estão pagando a passagem.

Arte-ficial


Desculpe-me Gessinger,
mas hoje eu também vou alçar voô além dos outdoors.
ganharei o céu com as 12 molas do meu nike,
superando Spike Lee numa cena mais que cinematográfica.

Além da teoria, sem ciência e sobrepondo a prática,
descobrirei novas realidades,
vomitando verdades cristãs
nas praças de alimentação dos shoping center's.

Jurando eterno amor
ao código de defesa do consumidor,
deletando e dando enter
nas informações que mais ocupam minha mente.

Colocarei a mostra
meu "smile" amarelado,
como um produto prestes a ser comprado
na prateleira do supermercado.

Por fim morrerei enlatado
pra que no paraíso de sua casa
meu corpo seja violado,
alimentando sua família e alterando seu estado.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mita




Hoje a mulher do mito rasgou verbo
e com o verbo sangrando pois a história em seu lugar.
Cerrou o lábio do sábio opressor
e quis amor não mita como pagamento.

O colonizador chorou no colo materno,
que era a própria vida castigando quem sempre esteve à machucar.
Ecoou o grito da mulher que rompia com a vivência da dor
e quis liberdade pra a ação e pensamento.

Mas eis que o bruto produto interno
sumo do enorme ego de quem quer apenas acumular,
sacrificou a existência por não suportar o vencedor.
Enfim nem o mito nem a terra estavam preparados para tal advento.

A queda


Cósmico o ser sem alma transcende a forma
e envolve o universo, o verso jogado na lama,
acorporal como quem se deita numa cama de pregos.
Rasgado, o véu dos sonhos trasnforma o voô em realidade.

A bela, a fera, a paz e a guerra unidos numa mesma verdade.
Comuns e diferentes, contraditórios e incostantes.
O sangue é apenas o instante em que meu olhar encontra o teu. E é assim que te tornas o que já não era,

Os homens são do ar, as mulheres são da terra.
Completos e incompletos,
a forma plena de quem ama,
Zeus e Pachamama.

Desejo

Sangue, desejo, concreto.
O mato, a lama, o ferro.
O berro, o sonho, o tesão.
A viril forma, o vírus profano, a intensão.

Caos, beleza, fogo fátuo.
O falo imponente, a sensação ardente em meio ao vácuo.
O tudo e o nada, a mentira e a verdade,
o cio, a cidade, cidade.

Frio

Minha pele repele tal incandescência.
A morbidez que faz morada em ti,
não atrai minha clemência.

Quem prolifera tua mentira
é açoitado por sensações de falso bem estar.
Quem se atira em teus abismos
não por vontade quer calar.

Não tens o sentimento natural,
respeito o inverno
e não seu terno informal.

Isso que vive dentro de sua escravidão
não aceita minha calma.
É fraquesa que não compete
a força de meu verão.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Pântano


Foi nesse charco que cresci,
Ora terra, ora asfalto,ora felicidades, ora melâncolias...
As vezes políticos pra lamentar o esquecimento,
as vezes a vida e a expansão dos pensamentos.

Lamacento mesmo sem chuva,
o lugar é retrato de quem o vive.
Abandonado, simples, exâgerado,
forte e desorientado.

Balaio de gente teimosa
que se prolifera nas brechas do capital,
com fome de quem se auto devora se necessário o for,
com a ímpietude dos vermes em carcaça fresca.

Lugar de gente as vezes ignorantemente justa,
lugar de gente impossível e reservatório das frustrações
que servem de alimento mau alimentado
pra máquina do estado.

Moradia dos malabaristas do caos,
mar morto de peixes vivos,
o pantâno permanece fantasmagoricamente alegre,
apesar de sua aparência podre.

Sertão?


Ensina-me sertão, como ser tão forte,
aceita sertão, o clamor desse urbanóide sem sorte.
Sertão, como pode ser tão esquecido?

Como pode ser tão bonito?
Como consegue sertão, ser tão rico?
Como pode ser tão maldito?

Pai de Gonzagão, Raulzito, Alceu Valença...
Me diz o porque de ser tão firme tua presença?
Éis o palco do drama vivido pelos filhos teus,
quando falo de ti sertão, sinto-me um pagão falando de deus.

E por querer-te apenas em alegria
não mais usarei esta expressão, "sertão".
Vou chamar-te somente de terra!!

Quantas e Quantos,

Quantas vezes eu vou ter de errar
pra aprender a perdoar?
Quantos dias ainda vão passar
pra que eu aprenda a aceitar?

Será que o tempo vai me ensinar?
Será que ainda há tempo pra recomeçar?

Quantos sonhos ainda vou sonhar
pra que eu ache a resposta?
Se é que há respostas pra achar...

Muitas vezes eu só aprendi quando resolvi mudar,
mas hoje sei que há muitas coisas
que os olhos não podem enchergar.

O verbo ter

Tudo que tenho são abstrações,
tudo o que tenho são em maioria,
desejos e fantasias.

Tudo que tenho são lembranças de um dia
e realizações do hoje.
Tudo o que tenho aprendi a ter na rua (na escola da vida).

Tudo o que hoje tenho,
é a soma do que não me tiraram
com a multiplicação do que consegui.

E foi assim que descobri,
que o tudo que tenho, é o muito e o pouco com que me contento
e o básico me faz feliz...

Porém se a vida teima em me negar alegria,
sigo tendo dentro de minha utopia
ódio em fugaz demasia.

Sigo contudo tendo esperanças,
como quem tosse sonhos...
não ei de morrer na lama de minhas posses!

Vazio!

Vazio...Há um vazio dentro do meu vazio.
Não sei o que sou,
mas sei que sou vazio.

Porém o que seria tal vazio?
Em mim uma agônia no cio,
uma bala alojada no meu ser confuso.

Fechada a janela de minh'alma.
Até minha calma me doe,
fico quieto enquanto a angústia me corroe.

Não sei pra onde ir, mas sei que tenho que ir pra algum lugar,
pois lugar nenhum pra mim é pouco,
Loucura é o vazio profundo que me faz louco.

Vazio, vazio, vazio...
Estou sentindo falta de algo que não sei.

Corpo Fechado

Num arrepare não seu moço,
pois aqui do pescoço pra baixo
todo mundo é igual.
E só naqueles em que falta o respeito
há um certo diferencial.

Sou eu o homem comprimido,
comprimido na boca cosmopolita,
sou eu a voz que grita em meio a povoação.
Um camaleão reavivando no caos
os resquícios da terra natal.

Pois aqui os mesmos justiceiros injustiçados
caminham sobre esta terra
travando a mesma guerra desigual,
a história é sem fim , mas a honra é mortal.

A mesma dor, o mesmo descaso, o mesmo perigo,
no pau-de-arára moderno "o coletivo",
a mesma massa sem graça e sem juízo,
se entrega ao trabalho escravo e impreciso,
a mesma mão calejada e o mesmo sorriso.

Quem puder faz a reza do corpo fechado
ou acende uma vela,
porque o que no sertão foi cangaço
na cidade é favela!!

Neobucolismo

Sou eu um bucólico moderno,
apaixonado por touros mecânicos
e passeios de carroça motorizada
pela highway de asfalto.

Sigo colhendo flores Artificiais
no jardim industrial,
endeusando as musas do agora
e esquecendo-as no amanhã.

Pastoreio os cães vira-latas
que chafurdam no lixão,
mas que outrora...
davam lugar a lindos cabritinhos.

Nasci em meio a selva de pedra
ouvindo o grunido
dos pombos cinzentos
nos fios de alta tensão.

Oh que tempo feliz!!
Oh, glória épica comtenporânea!!
Majestade de ferro retorcido
regada de graminhas que emergem de teus vãos.

Quem sou eu para deixar de te exautar,
quem sou eu para não aclamar tua beleza.
Beleza afluente que segue pelos córregos fétidos
onde nadam as mais vitaminadas ratasanas.

Amo-te ambiente tecnonatural
onde o ar esfumaçado, porém leve,
invade meu pulmão
e me faz flutuar...

Amo-te, pois sou parte de você
criador e criatura,
poluição, jamás água pura!!!

Maio

Quando as festas de família chamavam a memorar
mais vida na contabilidade das existencias ali comuns,
entendimos o calor no qual submetiamos nossas almas,
entendiamos a chegada do frio
com a pele de quem deleita-se das sensações da natureza
com o respeito necessário para se ser humano.
Nas tardes nubladas projetavamos na amplitude do céu
nosso olhar perdido de branco à meditação,
como a ultima folha que restara do outono no solo.
Saudade de sentir-me ocioso,
buscando no papel conforto pro excesso de pensares,
saudade de ser criança sem birra no esplendor dos cuidados da vó,
no esbravejar das mães pedindo silêncio e menos correria.
Tudo deve ser mais calmo nessa época,
como tudo que muda pra melhor.
Afinal o horizonte conduz a energia de quem vem
e da o ânimo preciso para quem ja está.

A peste

Há uma peste no ar, há algo fetido.
Se espalha e coagula o pensamento,
transforma os sonhos em poeira
e te entrega a realidade crua e servil

Torna-te sensato e louco ao mesmo tempo,
o faz resistênte a dor,
faz-te esquecer o amor
e comandar o corpo como um saco vazio.

Há uma peste no cio,
nos ensinando a ser modelo,
a ser modelado,
a ser vendido e a ser comprado.

Há algo de estranho
consumindo quem não tem defesa,
reafirmando o predador, como predador
e a presa, como simples presa.

Que praga é essa?
Que põe cada qual no seu lugar,
Que nos faz esquecer os valores
e tornar-nos corrompiveis.

Que peste é essa,
da qual não podemos fugir,
e se tentamos acabamos invisiveis
e condenados a uma falsa insensatez.

Há até aqueles que pensam estar livres,
aqueles que pensam ser portadores da cura,
Mas a peste é camuflada
e se faz necessária a todo tipo de gente, até quem não à quer.

Pois a peste
mora no nosso desejo
e termina a paz e a guerra
com um simples beijo.