quarta-feira, 18 de abril de 2007

Corpo Fechado

Num arrepare não seu moço,
pois aqui do pescoço pra baixo
todo mundo é igual.
E só naqueles em que falta o respeito
há um certo diferencial.

Sou eu o homem comprimido,
comprimido na boca cosmopolita,
sou eu a voz que grita em meio a povoação.
Um camaleão reavivando no caos
os resquícios da terra natal.

Pois aqui os mesmos justiceiros injustiçados
caminham sobre esta terra
travando a mesma guerra desigual,
a história é sem fim , mas a honra é mortal.

A mesma dor, o mesmo descaso, o mesmo perigo,
no pau-de-arára moderno "o coletivo",
a mesma massa sem graça e sem juízo,
se entrega ao trabalho escravo e impreciso,
a mesma mão calejada e o mesmo sorriso.

Quem puder faz a reza do corpo fechado
ou acende uma vela,
porque o que no sertão foi cangaço
na cidade é favela!!

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