quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Garrote














Adentro as tormentas e vago,
devagar e sem pudor dispo-me dos sonhos
e espero recalcado o chacoalhão do despertar

Insitando exitações 
seus olhares me buscam para além das paredes
lúgubres marcas talhadas no corpo
minha seca e suas sedes

Unge as narinas o cheiro tenro
das vaginas da infância
onde bebi o suco da emancipação

Sorver de teus sabores é a meta,
livrai-me destino das setas o caminho prescrito
Quero mais é caminhar como poeta 
num fraseado curto e bonito


Patifaria

Tem coisas que eu sei...
Paty faria, mas eu não!
É questão de classe, 
ela é Paty e eu João.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Com tato

Pus?

Sinto muito Jesus, 
mas foi você que pediu pra carregar essa cruz

E não me venha dizer: 
Perdoe-os senhor, eles não sabem o que fazem!

Pois eu sei bem dos risco que corro, sei deveras
o quanto morro a cada dia.

Sei das falézias da agônia e dos bosques da felicidade
com tato, com verdade... Por que busquei tudo isso.

E ainda assim não lhe roguei pragas!
Segui sozinho em meu caminho de chagas

Pois é, saiba que cada um germina o que quer
amor, loucura, doença e prazer.

Você não fez jus a caminhada,
pelo contrário essa criança mimada
carregando essa cruz pesada.

Olhe pra você, 
perceba o tamanho da raíz quadrada
perceba o mundo inteiro te querendo 
a pessoa mais amada.

Vai, desintoxica-te dessa dor
para com todo esse sacrificio,
deixa de ser cego, 
não vês que tu é quem sustenta esses pregos?