quinta-feira, 23 de julho de 2009

Retessência


Ele não morreu!
Apesar da aparente falta de alma,
ele não morreu...
Tivera ouvido que quando morre o sonho, morre o homem,
mas ele sobreviveu, afinal era tudo que lhe havia restado.
Referências de caminhos, cicatrizes abertas...
Nele persistiu a vida,
como uma árvore de beira de avenida
acinzentada, mas de pé, uma aberração...
Era no livro da história uma reticência,
uma daquelas pontuações que só se gosta pela insistência
não tinha vocação pra exclamar, mas estava vivo...
Dizem que só não morreu,
por que encontrou na falta de sentido
o significado de existir...

continua!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

De mim

Sobre os escombros de vida, margaridas.
Almas falidas são ventos distantes
aos errantes vendavais de corações libertos.
Corre menino! Vai menina!
Inspirem a sina de estrelas cadentes ao beijarem o mar,
ensinem os velhos discrentes que ainda se pode amar,
diga as verdades sem medo que os adultos
não aguentam escutar...
Algodão doce no ouvido, formiga em caixa de fósforos,
para-quedas de sacola de mercado, bolinha de sabão.
Teime criança! Não aceite facilmente o meu não!
Não deixe que minha ansia de proteção apague sua chama,
continue levando escondido a lagartixa pra cama,
pois quem ama como pai se esqueceu do quanto é vivo
o fogo que arde dentro de ti.
Por isso queime: fogo, fagulha, faísca, fogueira...Queime!!!
E não mate seus sonhos mais belos
em lutas de video-game.


Para o eterno residente da morada do meu coração,
meu filho, João Bach Fagundes Gusmão.

Amante

Sinto falta de um amor possível,
ultimamente tem sido impossível a possibilidade de amar
cabeça cheia,
coração vazio,
de todas as fontes que bebo
em nada me sacio.
Mas em algum lugar deve existir
uma alma tão revolta quanto a minha,
dando linha pra pipa do futuro.
Espero que bons ventos
tragam seu mandado
pro lado de dentro do meu muro.