quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mita




Hoje a mulher do mito rasgou verbo
e com o verbo sangrando pois a história em seu lugar.
Cerrou o lábio do sábio opressor
e quis amor não mita como pagamento.

O colonizador chorou no colo materno,
que era a própria vida castigando quem sempre esteve à machucar.
Ecoou o grito da mulher que rompia com a vivência da dor
e quis liberdade pra a ação e pensamento.

Mas eis que o bruto produto interno
sumo do enorme ego de quem quer apenas acumular,
sacrificou a existência por não suportar o vencedor.
Enfim nem o mito nem a terra estavam preparados para tal advento.

A queda


Cósmico o ser sem alma transcende a forma
e envolve o universo, o verso jogado na lama,
acorporal como quem se deita numa cama de pregos.
Rasgado, o véu dos sonhos trasnforma o voô em realidade.

A bela, a fera, a paz e a guerra unidos numa mesma verdade.
Comuns e diferentes, contraditórios e incostantes.
O sangue é apenas o instante em que meu olhar encontra o teu. E é assim que te tornas o que já não era,

Os homens são do ar, as mulheres são da terra.
Completos e incompletos,
a forma plena de quem ama,
Zeus e Pachamama.

Desejo

Sangue, desejo, concreto.
O mato, a lama, o ferro.
O berro, o sonho, o tesão.
A viril forma, o vírus profano, a intensão.

Caos, beleza, fogo fátuo.
O falo imponente, a sensação ardente em meio ao vácuo.
O tudo e o nada, a mentira e a verdade,
o cio, a cidade, cidade.

Frio

Minha pele repele tal incandescência.
A morbidez que faz morada em ti,
não atrai minha clemência.

Quem prolifera tua mentira
é açoitado por sensações de falso bem estar.
Quem se atira em teus abismos
não por vontade quer calar.

Não tens o sentimento natural,
respeito o inverno
e não seu terno informal.

Isso que vive dentro de sua escravidão
não aceita minha calma.
É fraquesa que não compete
a força de meu verão.