segunda-feira, 25 de abril de 2011

Elementos para um filosofia do amor (parte 2)

A paixão como estágio anterior à solidificação do amor é um universo onde a realidade é catalizada apenas por energias positivas, O que aparentemente deveria ser bom, mas é preciso ter cuidado. Essa interpretação do mundo através dos óculos da paixão impede por muitas vezes a visualizaçµão da humanidade do parceiro, é como se o espelho que reflete as essências envolvidas na relação estivesse embaçado e desta forma as imperfeições que todos os seres carregam são soterradas por um universo fantasioso. O primeiro contato em quase todas as relações é superficial e sempre ligado a qualidades estéticas e de retórica. É a mesma sensação que sente uma pessoa que tem de dar um depoimento para uma câmera, ela não se mostra como é, mas sim como quer que a vejam. Uma espécie de maquiagem estantânea da personalidade. Não que isso seja um problema, a questão não é uma análise de julgamento, mas revela como nos relacionamos com nossas máscaras e pouco com os seres humanos por trás das aparências e o mais engraçado é que na maioria das vezes é isso mesmo que buscamos, pessoas fantasiosas para relações de mentira.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Das vestes do tempo

Memória, essa semente crioula incubada,
incucada, inconsciente...

Mais que razão, algo que se sente,
vida imaterial em solo fértil, abstrato,
substrato, imaginário vivo.

matéria prima do presente
escultura sócio-cultural,
capa que reveste o sonho
tecido único com o qual se fazem
as vestes do tempo

Querem nos deixar nus,
querem nos deixar nus!!!