sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nosso mundo, nossa língua, nossa reza

Nos seus olhos,
o mundo, meu mundo
olhos nús
Quando te olho
num segundo
a escuridão vira luz
A volta do corpo
o sentimento fecundo
uma volta no mundo
meu braço em volta de ti
Da altura dos sonhos
num abismo profundo cai.

Amor...amor não doe
quando a queda é pra dentro de si

Não há palavras pra descrever
quando a língua percorre o seu corpo
nas curvas, nas vias no reto, no torto
Meu dialeto morto conhece o esperanto do teu ser
E ali espera morrer
na entrega vertiginosa
no descobrimento do que até então não conheci

Amor...amor não doe
quando a queda é pra dentro de si

Nossa reza
nossa ligação com o divino
o suor no suor, a invenção do destino
Orixás e xamãs
haverão de invejar
nosso amor sagrado
nosso vôo sem ar
do colo de deus
em seu colo cai

Amor...amor não doe
quando a queda é pra dentro de si