segunda-feira, 19 de abril de 2010

Passarela

Outro dia vi você passar,
sem armas, sem escudos, apenas passava...
Como quem baila sobre a viela,
você passava como quem passa o pincel na aquarela
Aquele passo de passado, de quem conhece o caminho
de quem abraça o mundo com os pés,
Olhava pro horizonte com sede de futuros
com pisadas marcadas que estremeciam muros
Vi você e você nem me viu.
Em sua meta eu não acolhia desejo
e não era isso que queria, ainda hoje não sonho, não almejo.
Apenas te via, e passava, e seguia...
Eu de fato, só pensava em ser pedra
daquelas que geram tropeços, mas nos fazem olhar pro lado!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ela fez de tudo!

Ela tentou de tudo!
Gritou na rua, bateu em sua porta, mandou cartas...
Escreveu poemas, textos para peças de teatro, chorou no escuro...
Acreditem, ela fez de tudo,
isso mesmo, ela fez de tudo pra parar de sangrar,
amarrou tecidos, fez curativos, compressas, tomou remédios,
Tomou cachaça, fez pirraça, foi a praça e clamou seu nome!
Mas ele, ele não ouvia!
ela continuou tentando,
Fez promessas, fez simpatias, fez macumbas e outras traquinagens.
Dele somente imagens, só fumaça!
Ficou com raiva, xingou até a última geração, quebrou o quarto todo,
brigou com o melhor amigo,
ela fez de tudo!
sim, ela fez de tudo que existia a vida dele.
enquanto a própria desaparecia!