segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pra você que enxuga gelo...

não se esqueça de levar uma toalha seca,
e não deixe de votar no segundo turno!

Entre a flor e o coturno...

Não teve graça não é?

acreditem muitos vão rir!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Educa Dor

As vezes parece que estou do lado errado,

pois por muitas vezes não sou o educador,

mas sim o educado

 

Sem ponderações meu coração irracional exclama:

Tá tudo errado, tá tudo misturado…

A minha dor, a dor do outro, a dor do mundo

E eu à educar a dor

 

…aquela dor presente no excesso de trabalho,

na descrença da criança, na falta de afeto

Aquela dor sem graça que matou a esperança

 

Insitentemente, a minha dor a sua dor,

A nossa dor ensaia a dança

Olhares perdidos aprendendo a se encontrar

 

E no buraco da máquina o olho cego descansa,

E vai mirando a paisagem, revigorando a lembrança

 

A velha rua de terra, a barraca de pastel, a fresta do tijolo…

Eu me vendo nesse bolo, eu olhando no seu olho

E no encontro das retinas o horizonte dilatando

 

Novas versões da minha história na memória recriando

No contato barato, o tato faz pensar, dá luz a criação

E a camera, cadela vira-lata, passava de mão em mão

parindo imagens à despeito da condição

 

Olhares gritando a emergência do pensamento confuso

A realidade, o sonho, o abuso!

Tudo junto em profusão…

 

A teoria, a decadência, a instituição!

A sacrosanta esquisofrênia que deseduca, hierarquiza

e nos indica o eterno amém

 

Pergunto:

 

Quem educa quem?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Licença poética

Foi assim... eu não queria, mas...
foi à força na covardia

algo foi se espalhando em minha essência
e eu já nem sabia, quem eu era, o que queria

Foram sendo sopradas palavras em minha mente
e eu somente decidi, não as guardaria!

Aos poucos fui domando esse novo eu 
que fui me transformando, 

fui pegando do caminho o conhecimento que entulhava 
em minha cabeça e nunca usava

Aprendi a jogar fora o peso do embornal
com elegância e sem dar lição de moral

Assumi que gosto da rima e não da pobreza
e fiz dos meus textos o escárnio da avareza

ainda que as vezes em crise de identidade
pense estar perdido...

Continuo a encontra-la nos corredores 
quando passo em direção ao sono

com sutileza cheiro os seus cabelos e digo com alegria:
-Licença poesia, licença...  

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Conversando com Deus

Meu deus me diga por que não consigo parar de ouvir Sérgio Sampaio?!

Por que fico louco quando escuto Jards Macalé?

Como pode alguém ser tão fã de Bartô Galeno e Rage Against?

Me explica por que sinto vontade de tirar a roupa e sair correndo pela rua quando ouso Edith Piaf?

Onde já se viu achar Gessinger melhor que Buarque?

Por que acho a poesia de Raul mais filosófica que Marx, Nietzche e Jung juntos? 

Me responde Deus, quem no mundo consegue misturar melhor Ritmo e pensamento que Alceu Valença?  

Por que pai, não vou ouvir um som e tomar um vinho ao invés de ficar aqui achando que você vai me responder essas perguntas?

Puxa uma cadeira aí vai, acho que vou ouvir Jethro Tull, 
o que acha? Quer um copo? 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Garrote














Adentro as tormentas e vago,
devagar e sem pudor dispo-me dos sonhos
e espero recalcado o chacoalhão do despertar

Insitando exitações 
seus olhares me buscam para além das paredes
lúgubres marcas talhadas no corpo
minha seca e suas sedes

Unge as narinas o cheiro tenro
das vaginas da infância
onde bebi o suco da emancipação

Sorver de teus sabores é a meta,
livrai-me destino das setas o caminho prescrito
Quero mais é caminhar como poeta 
num fraseado curto e bonito


Patifaria

Tem coisas que eu sei...
Paty faria, mas eu não!
É questão de classe, 
ela é Paty e eu João.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Com tato

Pus?

Sinto muito Jesus, 
mas foi você que pediu pra carregar essa cruz

E não me venha dizer: 
Perdoe-os senhor, eles não sabem o que fazem!

Pois eu sei bem dos risco que corro, sei deveras
o quanto morro a cada dia.

Sei das falézias da agônia e dos bosques da felicidade
com tato, com verdade... Por que busquei tudo isso.

E ainda assim não lhe roguei pragas!
Segui sozinho em meu caminho de chagas

Pois é, saiba que cada um germina o que quer
amor, loucura, doença e prazer.

Você não fez jus a caminhada,
pelo contrário essa criança mimada
carregando essa cruz pesada.

Olhe pra você, 
perceba o tamanho da raíz quadrada
perceba o mundo inteiro te querendo 
a pessoa mais amada.

Vai, desintoxica-te dessa dor
para com todo esse sacrificio,
deixa de ser cego, 
não vês que tu é quem sustenta esses pregos?