Meu adverso está contido
em grandes parágrafos de luta
e o resultado é um estribilho
marcado pela dor e pela alegria
Frases de melodia atonal
são elementos do jogral que invento
contra a gramática européia
A identidade do poema
traz na derme o dilema cultural
a filosófica onomatopéia
Pois nem sei quem mais sou
na equação viciada:
Negro-índio-Carapálida
A retórica intrínseca vem como ingua
e denuncia no grito
a malandragem da língua
No meu dialeto a verdade como interrogação:
-Tudo que é desvendado não exclui
a possibilidade da ilusão!
3 comentários:
Loko!
Gostei Dani!
Tudo que vc escreve é muito bom!
Beijão
Não sei quem eu sou nem quem são os outros.. Será que não me reconheço nas desilusões que o mundo esbanja? Esta minha pele estranhamente pardeada, minha certidão preconceituosamente branqueada e minha identidade portadora de um 3x4 que denuncia meus cabelos e beiços essencialmente negros... Será tudo o resumo da constatação de que o tal "quem sou eu" é um dilema repleto de discursos requentados? Enfim, acredito ser a africanitude na branquitude da minha indianidade. Ser o adverso do contexto, o oposto, a exclusão. Toda a sangria gerada nessa fusão. Sins repleto de nãos. A impossibilidade... E a ilusão.
Parabéns, Daniel. Realmente um belíssimo texto.
Me perdi entre as minhas utopias!!! estou afogada nos meus sonhos.....
me encontro e me perco...
mas to em um caminho
que caminho?
não sei
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