Hoje dei o ar de minha desgraça,
Pra que a sua graça pudesse ser mais viva…
Frente à frente minha miséria e sua fraternidade,
minha maldição e sua vaidade.
Me desculpe se não sou o que você previa.
Eu só quero não ser esse poço de bondade
onde mora a cobra esguia.
Vivo assim,
contrastando minha palidez ao seu vermelho.
Sou seu espelho inverso,
derramando versos no transbordar da agônia.
Existo pra que seu ego, possa se inflar.
Na derradeira hora em que me salvas à beira do abismo
Sou esse sofista errôneo injetando dúvida
no seus hormônios marxistas.
Sou a brasa acesa do cigarro queimando o tempo
num cata-vento de fumaça.
Fique tranquilo, amigo…
a minha dor um dia passa!