quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Violação

Tenho a impressão de que violei as múmias do Egito,
meu grito está mudo, mas ainda arde a garganta...
e no mais... não adianta, terei de pagar...

Os demônios que outrora pensei ter exorcizado
acordaram comigo.
E perambularão por algum tempo no meu encalço.

No sorriso do inimigo, na fumaça do baseado,
no frasco de perfume roubado, na alucinação eterna do momento.
Da ressaca o sabor indigesto, o espírito do tempo...

No meu brado o sofrimento:
Sai de mim gosto bolorento!
Vai amargar outra saliva, desgraçado sentimento!

A mão do cumprimento é a mesma que cimenta jardins,
A maldição das quimeras caiu sobre mim.
E caída, amei com ela a noite toda!

Estava suja, mas...

Que se foda! Sou desses amantes justiceiros.
Desses que limpam o mundo dos carniceiros.
Por isso cuidado se és desse tipo que vive
em sua razão fazendo só o que quer.

Sou maldito e acabo sempre deixando uma marca!
Não por vingança, não pelas flores que cultivei,
mas sim por esqueceres o nome da mulher que amei,
por sequer seres homem num condado onde só pisam reis!

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