terça-feira, 10 de junho de 2008

Dos Odes...

Ode Anarcohedonico
Assim que se pode ver o vale além da montanha, um novo portal espera. Libertinos ares tomam minha existência pacífica, rodeiam minha cabeça as borboletas que pulverizam o horizonte.Não podeis esquecer minhas verdades, incrustam-se nas vielas pecaminosas de minh`alma essencialmente Anarcohedonica.

Ode a Pala
Sei que me encontra todo fim de rito, extravagante delito, acomete o estar benevolente e entrega em fúria de vermelho a visão do mundo, em cheiro, em tato, em sensação!!

Ode ao prazer
...É do abstrair, é do concreto, é do desejo sem distinção que sinto teu fulgor tomar-me as carnes em doces baladas de sensação. Do mínimo, do maximo, do complexo e do comum, emerges das circuntâncias e prolifera-se nas largas veredas do meu ser, pois vivo em ti e te conheço e por saber te encontrar é que me entrego até esvair-me!!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

...

Ato fálico

Enquanto inebriada em sua vivacidade
sequer pensas em mim,
eu, extenuado ao sol do meio dia
curto atônito, o melancólico groove de frases distorcidas
composto sob medida
para o acalanto de minhas angústias...

Penso nas dores do mundo,
reflito sobre a falta de sentido,
sobre a falta de ciência...
Penso que em meio a minha demência
sua presença faz falta.

E a distância da realidade
fomentada pelas ondas sonoras da vitrola
remetem-me ao frescor de suas idéias,
a sensualidade de seu olhar.
Sinto leves arrepios
quando penso no contato febril
que teria minhas mãos sobre tua pele
percorrendo seu quadril.

Eu com minhas algemas
permito-me ao delírio de projetar em ti
a figura sublime que me levaria
por libidinosos caminhos de liberdade e prazer.

Porém, sou repentinamente emergido do sonho
por um risco no vinil,
que distraindo minha atenção repetia renitentemente:
"...seus lábios são labirintos, labirintos, labirintos..."
Fez assim emudecer as últimas palavras
que praticamente caíam de minha fala,
mas que tragadas em devaneio abrupto
não passam agora de memórias de um filosofalo.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Materna

Amor é clichê,
quando a questão é descrever você,
descrever-te é pecado, mas não sou cristão
e a audácia é minha marca,
minha forma de não derreter diante à majestade
de sua beleza, deusa...
que transcende e moldura
a generosidade do afeto criador
perante a criatura

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O peso

Viver é uma dor...
nascer, crescer, morrer!
Conviver é uma dor...
Partilhar, amar, observar!

Dor: Componente elementar do "Humano".
Sacrifício, precipício, enguiço...

A dor é nosso eterno fardo.

E a maior luta que devemos
travar com o tempo,
é o direito ao descarrego
e ao conforto do peso!!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A morada dos excessos

Acúmulos nimbos, nuvens negras no pensar
edificam em meu pequeno mapa do tempo
uma dor monumental...

Uma só picada é caminho visível
em meio a tensa paisagem desértica,
o momento onírico da destruição vertical
dos desprazeres intrínsecos e sociais,
fomentam na calada do dia a noite em mim.

O instante em que só o caos faz sentido,
em que só o medo é colírio,
é que vemos existir um ponto de fuga,
nos subterrâneos de Kafka,
nos abismos da percepção mergulhei...

E na vereda espectral do saber segui,
em busca da nitidez essencial
para meu caleidoscópio de sensações
e fui crescendo, tomando proporções
que talvez não deveria ter tomado.

A depressão que abre os olhos
trouxe à tona uma criatura
que não desfacela-se perante deus,
uma hiperbole, uma elipse atemporal
dos paradigmas que constituí.
Enigma latente de minha filosofia mortalha!!

A Contradição

...é sua, é minha, é tua, é tosca,
a contradição é nossa, é bossa, é uma bosta e é boa
pra nivelar nossas humanidades,
pra desconstruir meias verdades...

O contra diz quem são os peixes
no revestrez da correnteza.
Vale à pena dizer sim e não!!
É a reciclagem ressaltando nossa beleza
humana e errada.

Mas cuidado!!
O contraditório em demasia
tem a mesma característica
de uma feijoada gerando asia.

É irracional, incoerante, faz mal, ou não?!!