quarta-feira, 22 de maio de 2013

O fogo

Ao redor das barricadas, na rua, praça de guerra
ele se projeta ao céu, fogo sobre os cães e os cães sobre a gente

ladram por de traz dos capacetes e seguem aguerridos
em nos marcar com seu cassete

nós devolvemos a ira, e lhes repassamos o fogo
pela boca da garrafa a tocha arde a sanha do povo

E em poucos instantes o cenário é o inferno
o fogo amigo, e o fogo do inimigo se irmanam

come as tábuas do barraco a centelha desvairada da grana
e ali chorramos lava do vulcão adormecido

que o ônibus lotado fingiu não ter visto,
que a sobra de comida esqueceu de alertar...

E nessa hora os cães empreendem fuga
e nós não temos pra onde fugir

Foi a casa, veio a ruga, foi a guerra, veio a luta
foi ilusão e ficou a tempestade

quando só restava fumaça, fui procurar a identidade
e nunca me encontrei

Nenhum comentário: