sábado, 21 de novembro de 2009

Erudição Popular

"A ciência é a poesia que não deu certo"

Vejo no olhar do povo sua verdade, seu sacrifício, sua clausura
Vejo sua ignorância e sua beleza, nada diferente da minha,
ouso em sua fala sua expressão agregadora,
sua comunicação sem rédeas, sua falta de disciplina.
Sinto no suor desses meus irmãos
a luta e a construção, a transformação do imaginário.
Medito as tradições desta gente,
o conhecimento ancestral e nunca estático,
o canibalismo mutante e criador do aprendizado.
Sua ciência de terra nunca melhor que a dos livros,
mas também nunca pior!
Diferente e possível, vital e tangível, a letra,
a fala, a imagem da dor,
do amor, da vida simples e caótica por natureza,
daí sua beleza, sua trilha rumo a liberdade,
seu potencial evolutivo ...
Por isso quero que minhas palavras tornem-se ditos populares,
pra que nunca ultrapassarem a proporção de palavras,
pra nunca aprisionarem a autonomia de ninguém,
pra que nunca possam castrar o pensamento,
só assim não sendo mantras é que terão sentido
e serão sábias por consequência e sequer minhas...
Serão poeiras de sonho na mente de todos que ainda puderem sonhar.

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