Seria a vida uma canção?
dessas de lamento, que quando cantadas emocionam?
Ou desses Rocks libertários, tocados em 3 notas?
Ou ainda essas satíricas, que deixam nossos olhos sorrindo?
Acho que se a vida não for uma canção deveria,
deveria ter refrão, estribilho, introdução, começo meio e fim.
E digo mais, deveria ser executada com muita responsabilidade!
Como se cada apresentação fosse a última de nossa carreira.
Só assim entenderíamos o quanto ela é importante.
Deixemos os poetas suicidas no passado,
nosso desafio agora é fazer de nossas vidas
aquilo que eles cantaram...
Pois pode até ser que realmente não tenhamos nada mais a dizer,
mas de fato temos muito, muito mesmo à fazer...
sexta-feira, 16 de março de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Depois de mim
Eu permiti que passasse
e me arrependo ainda hoje por não ter pendido pro seu lado
O passado que carregas se contrai no fim
e eu fico a refletir se de fato passastes
Mas se foi, que seja depois de mim
e me arrependo ainda hoje por não ter pendido pro seu lado
O passado que carregas se contrai no fim
e eu fico a refletir se de fato passastes
Mas se foi, que seja depois de mim
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Dignidade
Distante, sim... foi desta maneira que agora o poeta se prostrou, se é que podemos chama-lo de poeta, se é que podemos chama-lo, ele agora está tão longe... Mesmo quando perto parece que não chega. Tem andado com o pensamento longe e com a realidade encarnada. Percebeu tarde o findar do conto de fadas, ontem era criança e hoje é só um nada, tentando ser pai, tentando ser homem, tentando ser humano, poeta... enfim, buscando dignidade! Aliás a estória começa aqui e gira em torno desta maldita palavra "DIGNIDADE".
Foi esse ensinamento birrento de berço que me deixou assim no atual momento, sem presente, vivendo de outrora, sim, foi essa coisa sem sentido que minha mãe praguejou pra minha vida que me faz ser essa alma teimosa que persiste na lida, na esperança...
Todo dia olho pra rua e vejo que é possível ser melhor, que é possível mudar, mas parece que exatamente por ser tão fácil ninguém faz o que é necessário, por muitas vezes nem eu. Sei lá, dolado de cá, do meu ponto de vista, tento ser honesto, ser justo, pedir desculpa, pedir licença, tomar a benção, mas isso tudo só me põe mais distante, mais a margem de tudo que é venerável nesta sociedade.
Sabe, queria ser poeta, ser músico, fazer bons filmes, mas pra mim só querer nunca foi possível, a marreta sempre foi mais próxima de mim que a caneta. Hoje penso "quantas coisas quis mudar" a política, as relações humanas, quis mudar a mim mesmo, porém as mudanças sempre foram mais caras pra quem nasceu onde nasci, lá a ordem do dia sempre foi ter dignidade, mesmo na merda. Assim sendo, o trabalho, alienado ou não, bom ou ruim, sempre esteve no caminho dos sonhos. É certo que algumas exceções chutavam a pedra do caminho e punham o cano na sinta, caiam no mundão tentando ser melhores que seus pais, tendo tudo aquilo que eles trabalhando nunca puderam ter, muito menos legar aos filhos.
Mas poucos sobreviveram pra contar história e dentro de seus 5 anos de glória, não conseguiram superar os pais em um quesito fundamental, a danada da dignidade. O que que me fez ter certeza de que ser rico é muito fácil, agora ser digno é uma missão.
E só quem sabe disso são as solas dos sapatos furados cansados de andar no asfalto dos caminhos cruéis da exploração, só quem sabe disso são as gargantas calejadas engolidoras de sapos e espadas, só quem sabe disso são as cabeças inchadas que morgam na frente das Tvs pra aliviar a culpa e pra distrair o desejo latente da poesia, esse vicio que torna noss'alma vadia, sabe como é...
Mas enfim, fui posto nesse caminho e fiz minhas escolhas, quis amar, quis errar, quis ser o que sou e não posso me arrepender.
E é por isso que odeio a dignidade. Pois é a odeio, mas odeio ainda mais o olhar dos meus filhos quando faço algo indigno.
Foi esse ensinamento birrento de berço que me deixou assim no atual momento, sem presente, vivendo de outrora, sim, foi essa coisa sem sentido que minha mãe praguejou pra minha vida que me faz ser essa alma teimosa que persiste na lida, na esperança...
Todo dia olho pra rua e vejo que é possível ser melhor, que é possível mudar, mas parece que exatamente por ser tão fácil ninguém faz o que é necessário, por muitas vezes nem eu. Sei lá, dolado de cá, do meu ponto de vista, tento ser honesto, ser justo, pedir desculpa, pedir licença, tomar a benção, mas isso tudo só me põe mais distante, mais a margem de tudo que é venerável nesta sociedade.
Sabe, queria ser poeta, ser músico, fazer bons filmes, mas pra mim só querer nunca foi possível, a marreta sempre foi mais próxima de mim que a caneta. Hoje penso "quantas coisas quis mudar" a política, as relações humanas, quis mudar a mim mesmo, porém as mudanças sempre foram mais caras pra quem nasceu onde nasci, lá a ordem do dia sempre foi ter dignidade, mesmo na merda. Assim sendo, o trabalho, alienado ou não, bom ou ruim, sempre esteve no caminho dos sonhos. É certo que algumas exceções chutavam a pedra do caminho e punham o cano na sinta, caiam no mundão tentando ser melhores que seus pais, tendo tudo aquilo que eles trabalhando nunca puderam ter, muito menos legar aos filhos.
Mas poucos sobreviveram pra contar história e dentro de seus 5 anos de glória, não conseguiram superar os pais em um quesito fundamental, a danada da dignidade. O que que me fez ter certeza de que ser rico é muito fácil, agora ser digno é uma missão.
E só quem sabe disso são as solas dos sapatos furados cansados de andar no asfalto dos caminhos cruéis da exploração, só quem sabe disso são as gargantas calejadas engolidoras de sapos e espadas, só quem sabe disso são as cabeças inchadas que morgam na frente das Tvs pra aliviar a culpa e pra distrair o desejo latente da poesia, esse vicio que torna noss'alma vadia, sabe como é...
Mas enfim, fui posto nesse caminho e fiz minhas escolhas, quis amar, quis errar, quis ser o que sou e não posso me arrepender.
E é por isso que odeio a dignidade. Pois é a odeio, mas odeio ainda mais o olhar dos meus filhos quando faço algo indigno.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
abraço
"Abraçar o mundo é uma missão que por definição
só nos leva ao extremo cansaço, pois nos compele a perceber
que apenas um único ser pode fazer morada em nosso abraço"
só nos leva ao extremo cansaço, pois nos compele a perceber
que apenas um único ser pode fazer morada em nosso abraço"
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Retalhos
Algumas crianças não fazem idéia de quem é mickey mouse,
mas já brincaram com ratos à beira do córrego no fundo do seu quarto
Algumas mulheres nunca tiveram uma barbie,
pois aos 13 anos já estavam muito ocupadas vivendo a personagem
para senhores 40 anos mais velhos que elas.
Alguns senhores nunca tiveram um natal em família,
pois depois dos 50 anos, doentes de tanto trabalhar
só a cachaça ofereceu companhia e só a sarjeta serviu de abrigo
Alguns meninos já tinham sua opção sexual resolvida aos 10 anos de idade
não por vontade, mas por motivo de força maior
manifestado toda noite pelo padrasto depois que a mãe dormia
Algumas famílias nunca tiveram casa, pois como disse a assistente social
"ninguém mandou não estudar e fazer um monte de filhos"
Algumas assistentes sociais não aprenderam na faculdade que nem tudo
depende da querência das pessoas,
nem imaginam a bola de neve que é a pobreza rolando dos morros
Pro estado, o povo é bem tratado, pro menino de rua,
a lua é a única testemunha do açoite
e a cracolândia é o paraíso artificial mais próximo
que se pode chegar da disneylândia.
Para os velhos o esquecimento, pros sem teto o cimento gelado das calçadas,
pras meninas sem sonho, as fadas da madrugada e as fodas do desespero
para os travestis, a dupla persona e o estado de coma em vida,
pros revolucionários de butique a dor dos outros corre com o relógio de ponto
pros mesmos a enganação
pra mim a poesia... e uma dor vadia que eu nunca conto.
mas já brincaram com ratos à beira do córrego no fundo do seu quarto
Algumas mulheres nunca tiveram uma barbie,
pois aos 13 anos já estavam muito ocupadas vivendo a personagem
para senhores 40 anos mais velhos que elas.
Alguns senhores nunca tiveram um natal em família,
pois depois dos 50 anos, doentes de tanto trabalhar
só a cachaça ofereceu companhia e só a sarjeta serviu de abrigo
Alguns meninos já tinham sua opção sexual resolvida aos 10 anos de idade
não por vontade, mas por motivo de força maior
manifestado toda noite pelo padrasto depois que a mãe dormia
Algumas famílias nunca tiveram casa, pois como disse a assistente social
"ninguém mandou não estudar e fazer um monte de filhos"
Algumas assistentes sociais não aprenderam na faculdade que nem tudo
depende da querência das pessoas,
nem imaginam a bola de neve que é a pobreza rolando dos morros
Pro estado, o povo é bem tratado, pro menino de rua,
a lua é a única testemunha do açoite
e a cracolândia é o paraíso artificial mais próximo
que se pode chegar da disneylândia.
Para os velhos o esquecimento, pros sem teto o cimento gelado das calçadas,
pras meninas sem sonho, as fadas da madrugada e as fodas do desespero
para os travestis, a dupla persona e o estado de coma em vida,
pros revolucionários de butique a dor dos outros corre com o relógio de ponto
pros mesmos a enganação
pra mim a poesia... e uma dor vadia que eu nunca conto.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Anti corpos
Ante ao corpo, saquei...
Sacripantas são os poetas que te atravessaram a vida,
pois fizeram dele avenida para os prazeres mesquinhos
Hoje pago a chaga, e tento feito louco arrancar-lhe os espinhos,
mas parece que nem prece nem vinho lhe curam as dores
nem meus excessos de amores abrem seus caminhos
Ante ao corpo fechado, anticorpos e abraços cruzados
credo na essência, crianças no pátio, corações partidos...
Ante o real, um cruzado novo e novos sentidos!
Sacripantas são os poetas que te atravessaram a vida,
pois fizeram dele avenida para os prazeres mesquinhos
Hoje pago a chaga, e tento feito louco arrancar-lhe os espinhos,
mas parece que nem prece nem vinho lhe curam as dores
nem meus excessos de amores abrem seus caminhos
Ante ao corpo fechado, anticorpos e abraços cruzados
credo na essência, crianças no pátio, corações partidos...
Ante o real, um cruzado novo e novos sentidos!
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Conversando com o espelho
Olhando pro espelho pensou "Nosso amor está flácido!"
O espelho imóvel nada respondeu...
Numa análise mais aprofundada disse: Nosso amor envelheceu!
Olhando nos olhos o espelho refletiu:
O que esperava? Nada é eternamente a mesma coisa,
essa insistência adolescente em querer congelar as formas,
te impede de viver a beleza do novo momento, essa eterna nostalgia,
esse medo em ver as coisas passando por ti não te permite apreciar o tempo!
Louco de raiva com as palavras do espelho
ele o quebrou em estilhaços e teve sete anos de azar
seguiu assim até que um novo alguém o possibilitou amar.
E sete anos depois observou a ferrugem do espelho e constatou:
Nosso amor envelheceu de novo!
O espelho imóvel nada respondeu...
Numa análise mais aprofundada disse: Nosso amor envelheceu!
Olhando nos olhos o espelho refletiu:
O que esperava? Nada é eternamente a mesma coisa,
essa insistência adolescente em querer congelar as formas,
te impede de viver a beleza do novo momento, essa eterna nostalgia,
esse medo em ver as coisas passando por ti não te permite apreciar o tempo!
Louco de raiva com as palavras do espelho
ele o quebrou em estilhaços e teve sete anos de azar
seguiu assim até que um novo alguém o possibilitou amar.
E sete anos depois observou a ferrugem do espelho e constatou:
Nosso amor envelheceu de novo!
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