terça-feira, 14 de junho de 2011

Nostálgico

Quando escuto uma canção que cantamos juntos
quando o vento tráz poesia no cheiro
quando o silêncio nos remete aquele tempo mágico
eu fico assim meio nostálgico

Quando a memória tenta lembrar o por que daquela briga
quando percebo que hoje já não faz mais sentido
quando o peito reclama a falta dos amigos
quando a solidão nos remete algo trágico
eu fico assim um tanto quanto nostálgico

Quando vivo, me encontro vitorioso
refletido no espelho, dado fora da estatistica
quando sonho e a beleza vem naturalmente
ainda que a realidade dura
reclame a injustiça que se sente
eu fico bem e continuo a distribuir sementes

Mesmo tão nostálgico, eu sei
não parei no tempo!

Reinvento a saudade e me alimento no presente.
Com os sabores de outrora construo as boas novas do caminho
Como um velho vinho
que só tende a melhorar com o passar dos anos.


Para os velhos amigos que o tempo afastou:
Palitão, Gilberto, Juliana Félix, Daiana, Cavalo,
Paulo, Orlando e Thiago (falecido).

ainda estamos juntos

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Novos tempos


À cima de tudo novos ares,
com passos firmes vejo o objetivo próximo
o caminho nunca foi tão fácil
não há pesares

Posso olhar pra tráz como poucos podem,
porém sigo em frente
sem medo, sem rédeas
não me cabem as médias, as mediocridades,
as tragédias...

sabedoria nos passos,
sorrizo largo apesar do cansaço

A vida agora é amiga!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Meu deus

Meu caminho foi por muito tempo negar a presença de Deus,
sem perceber que o mesmo andava em minha sombra,
pisando forte apontava ao norte da luz
a escuridão que eu precisava

Em cada beijo transcedental, onde minhalma bailava
lá estava ele, no sentimento voava
erigia sonhos onde a realidade crua se manifestava
me segurava a mão no ato sublime da criação

Neguei deus sem saber que cada olhar
que cada carinho, que cada pôr do sol guardava seu sorrizo
Neguei Deus pois não o via, até que um dia
me olhei no espelho.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Elementos para um filosofia do amor (parte 2)

A paixão como estágio anterior à solidificação do amor é um universo onde a realidade é catalizada apenas por energias positivas, O que aparentemente deveria ser bom, mas é preciso ter cuidado. Essa interpretação do mundo através dos óculos da paixão impede por muitas vezes a visualizaçµão da humanidade do parceiro, é como se o espelho que reflete as essências envolvidas na relação estivesse embaçado e desta forma as imperfeições que todos os seres carregam são soterradas por um universo fantasioso. O primeiro contato em quase todas as relações é superficial e sempre ligado a qualidades estéticas e de retórica. É a mesma sensação que sente uma pessoa que tem de dar um depoimento para uma câmera, ela não se mostra como é, mas sim como quer que a vejam. Uma espécie de maquiagem estantânea da personalidade. Não que isso seja um problema, a questão não é uma análise de julgamento, mas revela como nos relacionamos com nossas máscaras e pouco com os seres humanos por trás das aparências e o mais engraçado é que na maioria das vezes é isso mesmo que buscamos, pessoas fantasiosas para relações de mentira.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Das vestes do tempo

Memória, essa semente crioula incubada,
incucada, inconsciente...

Mais que razão, algo que se sente,
vida imaterial em solo fértil, abstrato,
substrato, imaginário vivo.

matéria prima do presente
escultura sócio-cultural,
capa que reveste o sonho
tecido único com o qual se fazem
as vestes do tempo

Querem nos deixar nus,
querem nos deixar nus!!!

domingo, 27 de março de 2011

Carnifício

Que deus perdoe a vontade viceral que tenho de morder a sua carne
Logo eu vegetariano do sexo, na espreita do açougue bordel.

Mas e o lugarzinho no céu?

como fica?

Como...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Elementos para uma filosofia do amor (parte 1)


Casar é convidar alguém a ser um espectador diário da sua vida,
descobri esses dias que a palavra espectador vem do latin Especulum que significa espelho. Pude compreender então que casar é ter alguem cotidianamente te refletindo, te mostrando quem você é e vice e versa.
Acho que só descobri algumas partes de mim através da relação conjugal e assim sendo pude perceber que a maior questão no dia-a-dia da relação não é a convivência com o outro, mas sim com o que o outro revela de nós. Por muitas vezes nos negamos a estabelecer vinculos mais duradouros com quem amamos por conta do medo de desvendar quem realmente somos.