sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Túnel do tempo


Hoje olhei na fresta do passado
e me vi lentamente derramando-me
pro que agora sou

sangrei vaidades, senti saudades, revivi alegrias...
reamarrei a lembrança na trouxa que carrego pelo mundo
resgatei quem fui por alguns segundos
e respirei ares bravios de tempos atrás

um aroma gostoso e pesado

logo meus pulmões de agora
me forçaram a voltar pro presente

Mas naqueles instantes eu pude
reacender uma lâmpada incandescente
que há muito vivia apagada nas veredas
do coração

um gosto antigo veio revisitar meu paladar,
antigas canções soaram em meus ouvidos
enquanto eu observava aquela velha fotografia

4 comentários:

Camila Trindade disse...

A pausa de um retrato. O tempo, malandro, para ali, mas corre pelas beiradas. Quando notamos, somos dois ou mais parados em vários retratos. E continuamos correndo atrás dos segundos... O paradoxo da existência, sempre em desvantagem ao tempo, sempre com a vantagem da vida. Viva o tempo compositor de destinos e a foto que tem o poder da memória. Um clique pra fazer o tempo voltar pra trás enquanto ele voa pra frente, pra frente. Foto! O importante é nunca correr contra o tempo. Há sempre um flash no fim do túnel que nos faz voltar pro começo, a favor do tempo.

fernanda disse...

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo...
(oração ao tempo, c.v.)

fernanda disse...

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo...
(oração ao tempo, c.v.)

fernanda disse...

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo...
(oração ao tempo, c.v.)