segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Meia noite

Às vezes eu tenho a impressão de poder tudo!
Faço poemas, escrevo teorias, interpreto peças, vou até a lua...
Mas ao mesmo tempo quando olho pra rua, nas coberturas dos bares
os mesmos homens sem lares,
as mesmas feridas sociais incicatrizáveis.
Percebo que tudo que eu queria
era que aquele cara não mais passasse fome,
mas isso que se resolve aparentemente tão facilmente,
esse mal sem nome, esse grito estridente
é o redemoinho demente do insustentável.
Minha poesia não o tira da rua, minha teoria não resolve sua vida.
Eu tenho que chegar meia noite em casa
e quando passo na avenida, interpreto minha angústia,
divagando sobre a questão mal resolvida.
Faria muito mais, se não tivesse que chegar meia noite em casa!

2 comentários:

Anônimo disse...

Noites inteiras, e inteiras Noites

Anônimo disse...

E dessa vez, não foi meia noite
e sim uma noite todaaa