sábado, 24 de julho de 2010

Lamento passado

Pela fresta do muro dos fatos mirava
pelas pontes do futuro não alcançava,

mas o que procurava?

Procurava mulheres como estrelas,
possuia as miragens pensando te-las
e as guardava em minhas celas
procurando resquícios de mim em suas telas...

Paisagens pintadas no suor de minha aquarela

Pois eu, o errante navegador das constelações,
comia os corações vazios e vomitava amores 
dentre as milhões de flores astrais

Eu procurava em águas razas oceanos abissais...
Procurava!

Já não procuro mais

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Rosa de Chumbo

Essa rosa de chumbo…

assim, singela e perigosa, essa rosa sou eu.

Essa beleza forte, sem rumo sem norte

É tudo que me compõe

 

Frágeis petálas duras e suas memorias escuras

Remetem sonhos e loucuras de outros tempos

 

Rosa viva, embebida no orvalho

das lágrimas derramadas por um coração maior que o peito.

 

Flor que enfeita os feitos do passado e do presente

Adorno de Guerra semente da estória

Primavera da mente, componente da terra.

 

Rosa do agora na aurora do mundo

Botão nascido do chumbo, no limbo e na lua

Avermelhando as ruas no rubro do amor

 

Deflorando consciências pelos becos da cidade

Sugando seivas de solos ricos em verdade

Clamando os sentimentos fertilizantes

Que alimentam as almas dos amantes

 

Essa rosa sou eu!